Desde o período anterior à domesticação, os felinos mantêm um comportamento muito interessante: eles se escondem quando estão machucados. “Isso porque, antigamente, quando viviam nas florestas cercados de predadores e estavam fisicamente debilitados, se escondiam para não serem caçados e mortos”, explica o médico veterinário Gelson Genaro. De lá para cá esses animais conservaram essa “precaução instintiva” em sua genética, e atualmente, quando estão tristonhos ou doentes, costumam se esconder. “Mas isso não significa que o animal necessariamente irá morrer, muito menos que ele está pressentindo a sua morte. O motivo pode ser apenas alguma doença”, aponta. Genaro ainda acrescenta que “armários, telhados e cantos escuros e calmos costumam ser os locais preferidos dos gatos nessas circunstâncias”. No entanto, não é preciso se preocupar todas as vezes que seu animal der uma escapadela, seja pelos cômodos da casa ou para a rua – caso ele esteja acostumado, ainda que a indicação dos especialistas seja criar os gatos indoor (dentro de casa). “De natureza solitária, é comum que se isolem, de preferência nas alturas, e observem o movimento da casa apenas de longe”, completa Genaro.
“Quando viviam em matilha, cães evitavam ao máximo se expor quando machucados para não atrair predadores e colocar em risco a vida de todo o grupo”, esclarece Genaro. Mais de 15 mil anos após a domesticação dos cães, é comum vê-los isolados quando estão doentes. “Porém, os cachorros reagem menos dessa forma que os gatos, uma vez que estão geneticamente mais acostumados com a presença humana”, enfatiza.